O jornalismo brasileiro iniciou esta quarta-feira, 10, com a notícia de que o jornalista Paulo Henrique Amorim faleceu. Como forma de homenagem, o jornalista Claudio Teran escreveu sobre sua trajetória em texto publicado na redes sociais. Confira:
Ele aparentava menos idade, mas tinha 77 anos. Morreu de um infarto fulminante na madrugada desta quarta-feira (10.07).
Geórgia Pinheiro, sua esposa, confirmou que o jornalista morreu em casa. Não deu tempo de socorre-lo ou leva-lo a uma emergência.
Uma longa carreira
Paulo Henrique dos Santos Amorim nasceu no RJ. Mantinha o blog Conversa Afiada, e estava na TV Record desde o ano 2003.
Ele estreou na profissão em 1961, no jornal, A Noite, de Assis Chateaubriand.
Depois foi para New York onde atuou como correspondente internacional da Revista Realidade. De lá saiu para a Veja.
Na TV se destacou pela extinta Manchete, nos anos 80. Foi o que chamou a atenção da Globo onde ele ganhou projeção.
Sua voz caricata e as opiniões certeiras e de fácil compreensão marcaram a passagem dele pelo Jornal da Globo. De lá ele veio parar no Jornal Nacional comentando a economia.
A saída da Globo foi tempestuosa, acusado de fazer uso da emissora para ganhar dinheiro por fora, o que ele sempre negou.
Em 1996 começou na Band como comentarista político e virou um raivoso opositor de Lula, a quem criticava com mordacidade.
Quando Lula venceu a eleição presidencial, Paulo Henrique Amorim se tornou um de seus mais ardorosos defensores na mídia.
Paulo Henrique também passou pela TVE Brasil; TV Cultura; e TV NBR.
PolêmicasDevido à língua afiada, Paulo Henrique foi alvo de muitos processos por injúria e difamação, e teve que pagar indenizações para os jornalistas Merval Pereira; e Ali Kamel. E para Gilmar Mendes (STF) e o deputado federal e jornalista gaúcho, Lasier Martins.
Heraldo Pereira (TV Globo) chamado por Amorim de “negro de alma branca”, rendeu-lhe uma condenação por injúria racial.
EpitáfioVou guardar o tom de voz metálico dele, e uma indagação perene: Porque um cara tão bom se desviou tanto de fazer um jornalismo menos passional e mais voltado para a cidadania?
1942 – 2019
Cláudio Teran