Famílias de comunidades do entorno da barragem Granjeiros são retiradas por risco de rompimento do reservatório (Foto: Natinho Rodrigues) |
Como foi a obra
Quatro retroescavadeiras trabalharam durante mais 20 horas na abertura do novo sangradouro do Açude Granjeiro, construído na zona rural de Ubajara há 30 anos. No fim da semana passada o reservatório atingiu sua cota máxima e começou a sangrar. A força da água pôs em risco a estrutura do açude. Com o risco iminente de rompimento, mais de três mil pessoas que moram próximo à barragem tiveram que deixar suas casas. A Defesa Civil coordenou, ao longo dia três dias, o processo de evacuação.
Para Antônio Lucena, diretor de águas superficiais da Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra), o trabalho de abertura do novo sangradouro foi realizado “mediante estudos, para que a vazão da água não comprometa outras barragens”. Ele garantiu ainda que “tudo foi feito dentro das normas técnicas para que se evitasse um colapso”.
Responsabilidade
Por se tratar de um açude particular, cujo usufruto das águas não é feito por órgão público, o reservatório Granjeiro não é monitorado pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). “Sua manutenção é de inteira responsabilidade do proprietário que, ao longo de décadas, foi negligente com os cuidados requisitados ao açude”, pondera Menescal. Sem qualquer tipo de acompanhamento técnico e somado às boas chuvas que caíram na região ao longo das últimas semanas, o açude encheu e passou a apresentar risco elevado à população”, conforme o relatório da ANA.
O proprietário do açude já foi identificado e será autuado. “O montante empregado para a abertura do novo sangradouro será apropriado e judicialmente cobrado ao proprietário do reservatório”, destacou o representante da ANA. Os custos totais, no entanto, não foram revelados. A obra foi custeada pelos governos municipal e estadual.
Diário do Nordeste