O Governo do estado do Ceará proibiu a saída de produtos suínos após caso de peste |
Os veterinários ainda tentaram salvar a criação, mas nenhum dos remédios fez efeito contra a peste suína, um vírus que pode dizimar criações inteiras. Para o senhor Antônio só restou o prejuízo e a tristeza de quem não sabe por onde recomeçar.
“Eu não tenho dinheiro para fazer nada, perdi tudo o que eu tinha, não consigo mais nem olhar pra esse lugar que me sinto mal”, diz Antônio Paulo Melo, criador.
O surto, por enquanto, está localizado no município de Forquilha, distante 200 quilômetros de Fortaleza. Na propriedade do senhor Rafael, 20 leitões morreram e 20 porcos foram sacrificados para evitar a propagação da cólera suína.
“Quando eles foram sacrificar os porcos eu fui pra longe, preferi nem ver”, diz Rafael Ricardo de Souza, criador.
A doença não oferece risco para a saúde humana ou de outros animais de criação, mas se não for controlada, pode afetar a produção nacional de carne suína. Por isso o Governo do Ceará decretou estado de emergência no município de Forquilha, interditou propriedades rurais e proibiu a venda e o transporte de porcos em toda a região. Nos açougues da cidade não é possível mais encontrar carne de porco a venda.
“Essa é uma medida para evitar a propagação da doença. Nossas equipes estão monitorando dia e noite e tentando descobrir a origem da doença”, explica Amorim Sobreira, Diretor de Sanidade Animal da Adagri.
Por questões sanitárias, até a equipe de reportagem da TV Cidade e o veículo da emissora, precisaram passar pelo processo de desinfecção. O medo é que o vírus viaje até a Região Metropolitana de Fortaleza onde estão concentradas grandes criações de porcos.
O Ministério da Agricultura enviou técnicos à cidade para monitorar as ações de controle.
“O Brasil é o quarto maior criador de suínos do mundo, por isso, é importante evitar a propagação dessa doença para que não venha a atingir grandes criações de suínos”, diz Lia Coswing, Chefe da Divisa de Sanidade Suína do Ministério da Agricultura.
A falta de controle sanitário e a precariedade das estruturas no interior do Ceará são fatores que favorecem a disseminação de doenças. Lia Coswing explica que esses criadores não têm controle de compra e venda dos animais e alimentam os porcos com restos de comida o que facilita a transmissão.
Fonte: Cnews