"Tal informação é mentira", informou a pasta em comunicado divulgado horas depois. "É importante que o cidadão esteja atento e não compartilhe ou divulgue relatos incertos. Divulgar material falso é crime", completou.
Manchetes como estas são produzidas por pessoas anônimas ou por robôs, com um único objetivo: Induzir a opinião pública, seja a favor ou contra alguém ou algo. A proximidade com o período eleitoral acendeu uma luz de alerta em autoridades sobre a propagação dos boatos na internet. Durante o período eleitoral, a quantidade de informações inverídicas produzidas e compartilhadas se multiplicam e ameaçam ao regime democrático, afinal, é a opinião da população que conta na hora do voto e é esta opinião que será levada às urnas.
Pensando nisto, a Justiça Eleitoral e o Ministério Público do Ceará se preparam para dar conta das denúncias. "O TSE já criou um setor específico para cuidar deste tipo de denúncia e o Ministério Público está se preparando, capacitando os servidores pra receber esse tipo de situação", comentou Emmanuel Girão, coordenador do Centro de Apoio Operacional Eleitoral.
O problema é tão sério que a Polícia Civil criou uma divisão para investigar os crimes cometidos na internet e as denúncias relacionadas à política já começaram a chegar, mas as investigações são longas, complexas e esbarram na falta de legislação específica. "Não há legislação própria para esse tipo de situação, o que faz com que seja mais difícil enquadrar as pessoas nos crimes", explicou o delegado Julius Bernardo, titular do Departamento de Inteligência Policial (DIP).
Ninguém está imune aos boatos espalhados na internet. A dentista Raquel Felismino, por exemplo, passou por uma situação que a constrangeu. "Eu passei adiante uma informação e depois descobri que não era verdadeira. Eu fiquei muito envergonhada", explicou. A partir deste dia, aprendeu a lição e só repassa um conteúdo após checar as fontes e a origem, uma maneira de romper o ciclo de compartilhamento.
"É necessário checar a origem, ver quem assina a reportagem, se o site é confiável e não se ater apenas à manchete da notícia", explicou Amanda Nogueira, mestre em Comunicação Social. A especialista ainda destacou que o internauta que compartilha é tão responsável pela informação quanto o criador de conteúdo.
Fonte: Cnews