CEARÁ ULTRAPASSA O MILÉSIMO HOMICÍDIO EM 2018; MÉDIA DIÁRIA SUPERA 2017


O 1.000º homicídio aconteceu na última segunda-feira (12). Se 2018 continuar com essa média diária, será o ano mais violento da história


Do primeiro dia deste ano até o dia 12 de março, já foram registrado 1.010 crimes violentos letais e intencionais (CVLI) no Ceará, de acordo com os dados da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).


Somente neste mês, o Estado contabilizou 168 casos até o dia 12. Ao comparar com os dados do ano passado, os primeiros 71 dias do ano foram mais violentos do que a soma de homicídios dos meses de janeiro, fevereiro e março de 2017 juntos, quando registraram 976 mortes.


Com esses dados, a média de homicídios de 2018 resulta em 14,2 crimes por dia, conforme os dados compilados até o último dia 12, enquanto 2017 foi de 14 mortes.


Caso essa média de 14,2 permaneça ao longo do ano, 2018 será o mais violento da história do Ceará, com 5.183 assassinatos, 48 crimes a mais do que no ano passado. Desse total em 2018, 98,5% das vítimas foram mortas por armas de fogos.


O aumento deve-se a ocorrência de quatro chacinas na Região Metropolitana de Fortaleza neste ano. A primeira ocorreu no município de Maranguape, onde quatro homens foram mortos em uma emboscada no dia 8 de janeiro. As vítimas tinham envolvimento com organizações criminosas, segundo a polícia.


Logo depois, a capital cearense foi palco da maior chacina da história do Ceará, que deixou 14 mortos no bairro Cajazeiras no dia 27 de fevereiro. A matança teria sido motivado por disputa entre facções rivais. Dois dias depois, 11 detentos são mortos dentro da cadeia pública de Itapajé. Na avaliação do especialista, o massacre teria sido uma resposta à Chacina de Cajazeiras.


Já nesta última sexta-feira (9), sete pessoas morreram em três pontos do bairro Benfica em Fortaleza. Assim como as vítimas de Cajazeiras, os locais onde as pessoas foram atingidas por disparos são bastante frequentados por jovens universitários, por ser próximo a Universidade Federal do Ceará (UFC), a Universidade Estadual do Ceará (Uece) e ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE). Com esses casos, 35 pessoas morreram em decorrência de chacinas.


Expulsos de suas casas


Além das chacinas, o ano de 2018 também está sendo marcado pelo domínio de organizações criminosas em algumas regiões da capital cearense e também por crimes de requintes de crueldades.


No mês de janeiro, por exemplo, moradores do bairro Barroso foram obrigados a sair de casa após mensagens de despejos terem sido escritas nas paredes de suas casas. De acordo com o advogado e presidente do Conselho Penitenciário do Estado, Cláudio Justa, a expulsão deve-se para utilizar as residências como laboratório de drogas.


Equipes do Batalhão de Policiamento de Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas (BPRaio) foram enviadas para permanecer por tempo indeterminado na comunidade para garantir a segurança e evitar que outros moradores sejam expulsos.


Já na primeira semana de março, um vídeo foi publicado nas redes sociais em que mostra a morte de dois jovens(uma mulher e um homem). A mulher é morta com um tiro e depois é decapitada. Outra pessoa também estaria morta, conforme a investigação da SSPDS.



Fonte: Tribuna do Ceará