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De acordo com a acusação, a atuação de Lula "garantiu, durante seu mandato presidencial, governabilidade assentada em bases criminosas, mediante compra de apoio político".
A força-tarefa fundamentou as acusações contra o ex-presidente em 14 "conjuntos de evidência", no que chamou de "um grande quebra-cabeça". Esse conjunto apontou, segundo o procurador Deltan Dallagnol, que Lula foi "o grande general" do esquema na Petrobras.
Para os procuradores, o governo petista foi uma "propinocracia", ou "um governo regido pelas propinas".
O objetivo da arrecadação de propinas seria alcançar a governabilidade, perpetuar o partido no poder e permitir o enriquecimento ilícito de agentes públicos e políticos.
O ex-presidente também teria formado "em favor de seu partido - Partido dos Trabalhadores (PT) -, um 'colchão' de recursos ilícitos para abastecer futuras campanhas eleitorais, no contexto de uma perpetuação criminosa no poder".
Ainda de acordo com a peça acusatória, o petista "disponibilizou em seu proveito dinheiro decorrente de crimes, propiciando enriquecimento ilícito. Todas essas vantagens indevidas estiveram ligadas ao desvio de recursos públicos e ao pagamento de propina a agentes públicos e políticos, agremiações partidárias e operadores financeiros".
Tríplex
O ex-presidente foi denunciado pela força-tarefa da Operação Lava Jato por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex em Guarujá. Os procuradores acusam ainda o ex-presidente de ter comandado o esquema de corrupção na Petrobras.
"Após assumir o cargo de Presidente da República, Lula comandou a formação de um esquema delituoso de desvio de recursos públicos destinados a enriquecer ilicitamente, bem como, visando à perpetuação criminosa no poder, comprar apoio parlamentar e financiar caras campanhas eleitorais", escrevem, na denúncia.
Esta é a primeira denúncia contra o petista encaminhada ao juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na Justiça Federal do Paraná.
O ex-presidente também já foi denunciado pelo Ministério Público Federal em Brasília, sob acusação de obstrução da Justiça na Lava Jato, ao supostamente tentar evitar a delação do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.
Diário do Nordeste
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