Três pessoas foram assassinadas a tiros no fim da tarde de ontem em Quixadá, no Sertão Central, distante aproximadamente 167Km de Fortaleza. Pai, filho e o advogado da família estavam em um veículo Toyota Corolla quando foram abordados pelos suspeitos. Dois dos homens mortos teriam participação em crimes de agiotagem naquela região do Estado e eram investigados como envolvidos com o grupo criminoso que assassinou três policiais militares naquela cidade, no último dia 30 de junho.
De acordo com a Polícia, o empresário, o filho dele e o advogado da família, Josenias Saraiva Gomes trafegavam no veículo, por volta das 17h30. Ao passarem próximo ao 9º Batalhão de Polícia Militar, numa rua entre o Destacamento e uma escola, os três foram abordados por criminosos que estavam a bordo de um Chevrolet Celta.
Segundo testemunhas, os suspeitos desceram do carro e diversos tiros foram disparados, tendo como alvo os três homens que estavam no Corolla. As vítimas, atingidas diversas vezes, morreram dentro do veículo.
Ainda conforme as informações de populares, pelo menos três homens teriam participado da ação. O veículo em que estavam os atiradores, segundo as testemunhas da ação criminosa, teria fugido em direção ao município de Ibaretama.
Conforme a Polícia, pai e filho eram empresários. Na região, seriam conhecidos como envolvidos com crimes de agiotagem. Um deles já teria, inclusive, sido preso anteriormente. Nas investigações que apuram as mortes do sargento Francisco Guanabara Filho, cabo Antônio Joel de Oliveira Pinto e soldado Antônio Lopes Miranda Filho, os nomes dos dois homens teriam sido citados. O envolvimento deles com a quadrilha que atacou os militares no último dia 30 estava sendo apurado pelos investigadores da Polícia Civil de Quixadá, conforme revelou uma fonte ligada à Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
"Por serem donos de postos de combustíveis em Quixadá e outras cidades, eles tinham muitos recursos e eram suspeitos de crimes de agiotagem. Também tinham muitos inimigos naquela área e tiveram os nomes ligados a membros do grupo criminoso que matou os PMs", disse a fonte. Até o fechamento desta edição, ninguém foi identificado ou preso por envolvimento ou suspeita de participação no triplo homicídio registrado.
Violência
Quixadá tem sido palco de diversos eventos de extrema violência nas últimas semanas. Em 30 de junho, três policiais militares foram mortos a tiros de fuzil.
Os policiais seguiam para atender uma ocorrência quando a viatura em que estavam bateu em uma Toyota Hilux em que estavam bandidos armados. Os suspeitos sacaram os fuzis e atiraram contra os PMs.
Além dos três policiais que morreram, um outro sargento ainda ficou ferido na ação. Mais dois soldados, que estavam em outra viatura, foram feitos reféns pelos bandidos e levados na caçamba do veículo oficial da Polícia, que foi usado pelos bandidos para fugirem do local.
No dia seguinte às mortes, os comerciantes de Quixadá baixaram as portas dos estabelecimentos, em sinal de respeito às vítimas e reclamando maior atenção quanto à segurança.
Contudo, no último dia 7, um tiroteio deixou dois mortos e dois feridos, incluindo um tenente PM recém-chegado à cidade. Os mortos teriam tentado assassinar um desafeto quando a PM interveio. Houve tiroteio, que deixou ainda ferida uma mulher, que passava pelo local.
Já no último dia 8, o empresário do ramo de motocicletas Cristiano da Silva, o 'Cristiano Motos', 42, foi executado a tiros dentro de um carro, também naquela cidade do Sertão Central.
No próximo sábado (23), está marcada cerimônia da chegada oficial do Batalhão de Rondas e de Ações Intensivas e Ostensivas (BPRaio) a Quixadá.
(Colaborou José Avelino Neto)
Diário do Nordeste
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