Colega de PM morto em Jaguaretama desabafa sobre medo constante que vive

A situação se agravou após a morte do soldado do Ronda de Ações Intensivas e Ostensivas (Raio) Augusto Herbert Félix. Ele foi baleado em 12 de fevereiro deste ano (FOTO: Fernanda Moura/Tribuna do Ceará)
O medo de sair para trabalhar e não saber se volta para casa faz parte da intensa rotina dos policiais do Estado do Ceará. Após a morte do subtenente Carlos Herbênio, de Jaguaretama, a 250 km de Fortaleza, o quinto assassinado em 2016, policiais militares da cidade têm o receio de sair de casa mesmo fora do serviço.

Segundo um policial que não quis se identificar, a situação também é crítica fora de Fortaleza. “Nós vivemos em constante alerta. Toda hora estamos olhando ao nosso redor e vendo o que se passa. A gente perde um pouco da nossa vida social”, lamentou, sob a condição de anonimato.

Como noticiado pelo Tribuna do Ceará na semana passada, policiais do estado estão optando por não se expor em suas vidas sociais por medo da violência. Mesmo com a proporção inferior no número de habitantes em relação a Fortaleza, no interior do estado o caso não é diferente.

Quem espera tranquilidade em municípios relativamente pequenos, como Jaguaretama, com 18 mil habitantes, deve se preocupar tanto quanto grandes capitais. Entre a noite de sexta-feira (19) e o sábado (20), o município registrou quatro assassinatos. Além do policial, dois corpos de homens foram encontrados carbonizados dentro de um carro.

O policial local que conversou com o Tribuna do Ceará pede para que seu nome não seja divulgado, com medo de ser punido ou advertido, como aconteceu com o subtenente Mardônio Aguiar Costa, que desabafou sobre a onda de mortes de policiais no Ceará e foi chamado a atenção pelo comando da Polícia Militar.

O Tribuna do Ceará tentou entrar em contato com os familiares do subtenente Carlos Herbênio, mas até a publicação desta matéria não houve resposta.

Reunião

Somente em 2016, oito ataques a policiais já foram registrados em todo o estado. Em relação a 2015, este ano houve um aumento de 150% em mortes de agentes de segurança. Após a quinta morte de policial confirmada, a Associação de Praças da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (Aspramece) pediu reunião com o governador Camilo Santana em caráter de urgência.

Em nota oficial, a associação classificou como covarde o assassinato do subtenente. “O militar foi covardemente assassinado, quando caminhava à 6h pelas ruas dos município que trabalhava. A ACSMCE manifesta as mais sinceras condolências à família, amigos e companheiros de trabalho. Estendemos nosso pesar e solidariedade à todos”, destaca parte da nota.



Fonte:Tribuna do Ceará

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