Tarifas de energia devem recuar em 2016, diz diretor-geral da Aneel

Outro fator que contribui para o cenário de redução de tarifas é o quadro de redução na demanda por energia em 2015 diante da perspectiva de retração da economia
As tarifas de energia elétrica devem recuar no próximo ano, apoiadas em um cenário de chuvas previsto como mais favorável, desligamento de algumas térmicas e renovação de concessões de hidrelétricas, estimou nesta quarta-feira o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino.

"O consumidor poderá dar uma respirada e acredito que no ano que vem tem a perspectiva de uma redução na tarifa", disse Rufino a jornalistas durante evento do setor. "O custo da energia está no máximo e como vamos reduzir (o consumo este ano), isso reduz a tarifa em todo o país", acrescentou.

Rufino comentou que o cenário hidrológico é muito mais favorável para 2016 do que se projetava para 2014 e 2015. Caso a estimativa se confirme, há a perspectiva de desligamento de algumas termelétricas no ano que vem.

"O que vimos de patamar de tarifa em 2014 e 2015 foi um que chegou ao limite do tolerável", disse Rufino. "Há previsão de hidrologia melhor; as renovações da concessões de usinas hídricas que serão embutidas nas contas a um preço mais barato; e os encargos na CDE não são recorrentes e terminam esse ano", afirmou, referindo-se à Conta de Desenvolvimento Energético.

Outro fator que contribui para o cenário de redução de tarifas é o quadro de redução na demanda por energia em 2015 diante da perspectiva de retração da economia, o que deve ajudar a poupar os reservatórios das hidrelétricas.

Órgãos do governo federal reduziram a perspectiva de crescimento da demanda por energia do País de 3,2 para queda de 0,1 por cento neste ano. Porém, o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema elétrico (ONS), Hermes Chipp, afirmou nesta quarta-feira que já cogita uma nova revisão para baixo nessa projeção de consumo.

O governo federal tem até setembro para discutir uma nova revisão, mas o ONS acha que no fim de junho ela já poderá ser feita. "A demanda de maio já está 2 mil megawatts abaixo da nova projeção para o ano. Junho não deve ser diferente. A lei diz que, se houver um fato excepcional no curso, a revisão pode ser feita antes. Acho que no fim de junho já haveria elementos para isso", explicou Chipp.

Segundo ele, até recentemente as estimativas para o nível das represas de hidrelétricas do Sudeste no final do período de estiagem, em novembro, era de aproximadamente 10 por cento, mas nesta quarta-feira, a estimativa já aponta para 20 por cento. "O cenário melhorou, eu diria que o risco de racionamento é praticamente nulo", disse Chipp.


Fonte: Reuters
Via DN

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