O bloqueio das rodovias foi suspenso após uma reunião de mais de 10 horas, nessa quarta-feira, entre representantes da categoria e do Governo Federal. Do encontro, saiu a promessa de que não haverá, nos próximos seis meses, reajuste do preço do diesel. Para atender as demanda do movimento, o governo ofereceu um pacote de medidas, que incluiu a renegociação de dívidas do setor, e informou ter recebido da Petrobras a garantia de que os preços do diesel não subirão pelos próximos seis meses.
“Só vai ser cumprido o que nós combinamos a hora que forem liberadas as estradas”, afirmou o ministro Antônio Carlos Rodrigues (Transportes) ao final das negociações, acrescentando que a expectativa era que o desbloqueio ocorresse nesta quinta-feira (26).
O presidente da CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos), Diumar Bueno, que participou das negociações, afirmou que as entidades presentes à reunião eram favoráveis ao fim do movimento, mas que ele não poderia “garantir que a greve vai acabar”. Os protestos já vinham causando desabastecimento de alimentos em algumas cidades do país e encarecendo produtos.
“O movimento foi levantado de forma autônoma, independente pelos caminhoneiros. Cabe a eles avaliar as conquistas e o esforço do governo para ver se compensa continuar o movimento.”
As medidas oferecidas pelo governo, sob a chancela da presidente Dilma Rousseff, incluíram o compromisso de sanção integral da chamada Lei dos Caminhoneiros, que na prática reduz o valor do pedágio que pode ser cobrado dos caminhões e aumenta o número de horas extras que podem ser feitas pela categoria.
A segunda medida é a suspensão, por um ano, dos pagamentos de empréstimos feitos pelo BNDES para a aquisição de caminhões.
O governo anunciou, ainda, a criação, por empresas e caminhoneiros, de uma tabela referencial de fretes, o que pode levar a preços mínimos para o serviço. A quarta proposta é o estabelecimento de uma mesa permanente de negociações entre motoristas e empresas.
Coube ao ministro Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência) coordenar as discussões com caminhoneiros e empresários.
Dada a dimensão que tomou o movimento dos caminhoneiros, e com a economia sob risco de recessão, o governo considerou que não teve outro remédio senão agir para resolver o impasse.
Com a taxa de popularidade da presidente em recorde de baixa, assessores presidenciais alertaram para o fato de que, se o movimento não fosse contido, Dilma seria responsabilizada.
Fonte: Ceará Agora
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