Nas paradas não se vê mais os vagões, que foram recolhidos para a
garagem. Em maio, o equipamento realizou testes, mas agora está parado
FOTO: JÉSSYCA RODRIGUES
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Com muitas paradas e dificuldades durante as obras, o metrô passou por um período paralisado quando, em 26 de maio de 2012, o então juiz substituto da Segunda Vara Cível da Comarca de Sobral, Hyldon Masters, suspendeu a licença para a construção do mesmo sob pena de multa diária de R$50 mil.
A decisão foi dada após o Ministério Público do Ceará entrar com ação civil contra a Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor), o Estado do Ceará e o município de Sobral, alegando que a construção degradaria o meio ambiente e violaria o Plano Diretor da cidade. O MP ainda sustentou que a obra estaria sendo realizada sem planejamento urbano e estudo ambiental.
Esse foi apenas o primeiro entrave da obra, que ainda teve que passar por mais de 20 desapropriações em âmbito judicial, protesto de moradores de diversas vias, e duras críticas da população que transitava pelas ruas em obras.
A maior demora se deu no trecho que liga o metrô ao bairro do Junco e a Cohab III, onde é feita uma curva que leva ao Centro da cidade. Várias residências tiveram que ser demolidas e indenizadas. Depois, o vagão não chegou a fazer a curva, tendo que o trecho ser refeito.
Hoje, os vagões que ficavam em exposição nas paradas do metrô se encontram em uma garagem, tendo saído pela última vez na ocasião da entrega das casas do Programa Minha Casa Minha Vida, no final do mês passado.
Durante o mês de maio, o equipamento realizou a fase de testes dinâmicos, tendo à frente o prefeito Veveu Arruda. Esta fase era necessária para, dentre outras ações, verificar o funcionamento dos equipamentos na prática. O próximo passo, segundo as informações oficiais, será a operação assistida, quando os usuários terão a oportunidade de utilizar o equipamento gratuitamente, durante seis meses.
De acordo com o prefeito, quando o metrô de Sobral começar a operar integralmente será implantado o Sistema Integrado de Transporte Coletivo de Sobral (Sitrans), integrando midi-ônibus e Metrô com sincronização de horários e tarifa única. "Todo o sistema dará uma cobertura de 95% do território de Sobral, o que vai garantir que todo sobralense esteja a 300 metros de um dos modais, seja um ônibus ou o VLT", explica.
O secretário de Segurança e Cidadania, Pedro Aurélio Ferreira Aragão, também acompanhou os testes das instalações, e explica que o equipamento irá operar com quatro Veículos Leves sobre Trilhos (VLT) e um de reserva, é equipado com ar-condicionado e integrará as 12 estações, distribuídas em duas linhas, uma norte e uma sul, numa extensão total de 13,2 quilômetros. Cada VLT é formado por dois carros, com movimentação bidirecional e velocidade máxima operacional de 60 km/h. Foi tentado contato com a assessoria de comunicação da Metrofor, mas não foi obtido retorno.
FIQUE POR DENTRO
Motivos diversos contribuiram para o problema
Com dois anos de atraso, diversos motivos impediram a inauguração do metrô em Sobral: Protesto popular; ação judicial; mudanças e adequações no projeto e estudo de impacto ambiental; indenizações de moradores; demolições de casas e estudos de ângulos de curvas na Avenida John Sanford. Com isso, dentro de 15 dias completará dois anos de atraso na conclusão das obras.
Jéssyca Rodrigues
Colaboradora/ Diário do Nordeste
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