Os mais vulneráveis a contrair doenças pela baixa umidade são as crianças de pouca idade, os idosos e as pessoas que já possuem problemas pulmonares (Foto: Diário do Nordeste) |
"Não é comum termos níveis tão baixos assim em cidades litorâneas do Ceará", explica a meteorologista Dayse Moraes. A OMS considera como ideal a umidade do ar acima de 60%. É considerado estado de observação os níveis de 40% a 31%. Quando a umidade cai abaixo dos 30%, há estado de atenção. Se a umidade atingir níveis entre 20% e 12%, é decretado o estado de alerta. Abaixo disso, é considerado estado de emergência.
A Funceme indica que, nessas ocasiões, é melhor evitar práticas físicas a céu aberto de 11h a 15h. Para amenizar a situação, o órgão recomenda o uso de vaporizadores, toalhas umedecidas, bacias com água nos quartos, beber muita água, entre outras providências úteis. O litoral norte do Estado, composto pelos municípios de Baturité, Beberibe, Canindé, Cascavel, Itapagé, Itapipoca, Paracuru, Pentecoste, entre outros, é o que mais sofre com esse fenômeno natural. Durante esses dias, foram registrados 81% de umidade, por volta das 4 horas da manhã e, às 16 horas, o nível mínimo cai drasticamente para 25%.
Situação semelhante acontece com as regiões Ibiapaba, Jaguaribana, Cariri, Sertão Central e Inhamus, e Litoral do Pecém que, durante o período da tarde, o nível de umidade reduz praticamente dois terços do total registrado durante a manhã.
Fenômenos
Vale ressaltar que, nesse mesmo período, em anos anteriores em que não há presença de fenômenos como este, geralmente, as pesquisas da Funceme mostram que a umidade do ar varia entre 60 a 70% em áreas litorâneas, enquanto no Interior o número fica entre 40 a 50%.
A região do Maciço de Baturité é a menos atingida pela baixa umidade do ar, embora os níveis de todas as regiões permaneçam abaixo do que é considerado normal. A região de serras apresentou uma máxima de 94% de umidade do ar, às 5h, enquanto a máxima foi registrada às 15h, quando a taxa cai para 41%.
A Funceme afirma, ainda, que a situação da baixa umidade relativa do ar tem previsão de permanecer até a próxima sexta.
Baixa umidade agrava doenças respiratórias
Nesse período em que é registrado uma queda considerável da umidade relativa do ar, muitas pessoas começam a sentir as consequências do fenômeno na própria saúde. As doenças são diversas e podem atingir a todos, porém os mais vulneráveis à baixa umidade são as crianças de pouca idade, os idosos e as pessoas que já possuem problemas pulmonares.
O médico infectologista e diretor do Hospital São José, especializado em doenças infecciosas, Roberto da Justa, explica que a baixa umidade é um dos maiores fatores responsáveis pelo ressecamento de vias respiratórias.
"Esse período seco pode agudizar doenças pulmonares, levando à tosse e falta de ar. É propício, também, para infecções respiratórias altas, como sinusites e rinites, pneumonias, bem como as causadas por bactérias", explica.
Segundo o infectologista, essas doenças podem agravar bronquites crônicas, asmas e enfisemas. O ar-condicionado é um grande vilão nessa época. "A baixa temperatura agrava muito mais as condições de umidade do ar, predispondo as pessoas à complicações", diz. Os sintomas mais comuns são: ressecamento de mucosas do nariz e garganta, nariz entupido, podendo apresentar sangramento, espirros, tosse, dificuldade para respirar.
Além dos problemas respiratórios, é frequente as pessoas apresentarem ressecamento da pele e irritação dos olhos. O médico dá algumas dicas de prevenção dos agravantes. "É necessário beber muita água. Outra coisa importantíssima é umidificar o ambiente de dormir", enfatiza o médico.
Além desses cuidados, é preciso evitar cortinas ou carpetes que acumulam poeira, e procurar não tomar banho com água muito quente, pois aumenta o ressecamento da pele. Usar creme hidratante e protetor labial.
Fonte: Diário do Nordeste
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