Esta edição do projeto abordou temas como exposição, relacionamentos e agressão na internet. Os dados coletados mostram a discrepância entre a percepção dos pais e as experências dos jovens na internet. Por exemplo, entre os adolescentes, 22% afirmaram que já ficaram, 11% que já namoraram e 5% que já fizeram sexo com pessoas que conheceram pela internet. Embora sejam contra, pouco mais de 1% dos pais sabem que seus filhos já ficaram ou namoraram com alguém que conheceram na rede.
A outra surpresa é a maturidade com que os adolescentes encaram certas questões. A maioria deles, 65%, têm noção que o que postam em redes sociais hoje pode ter consequências futuras, enquanto apenas 30% dos pais acreditam que aquilo que o filho posta ou postou pode eventualmente ter algum tipo de consequência.
Sobre a supervisão parental, 21% dos estudantes afirma que contam para os pais tudo sobre os seus acessos, cerca de 42% mantêm alguma privacidade, e 12% não contam nada. Além disso, um em cada quatro jovens diz que os pais não têm interesse nesse assunto. Os pais, no entanto, têm uma versão diferente. Apenas 28% dizem que não controlam os conteúdos acessados pelos filhos, e os outros 72% acreditam controlar esse conteúdo de forma total ou pelo menos parcial.
A falta de supervisão, entretanto, parece não influenciar de forma negativa na maneira como os estudantes se comportam na internet. A maioria deles, cerca de 60%, disse que não confiaria em alguém que conheceu pela rede para ter um relacionamento. Apesar da prudência entre a maior parte dos jovens, 5% já foram direto para a casa de alguém que acabaram de conhecer online.
O distanciamento dos pais parece pesar em questões como violência e agressão nas redes sociais. Um em cada quatro jovens já postou comentários agressivos ou preconceituosos na Internet, 72,5% já mentiram e 37% já agiram de modo agressivo ou ofensivo com alguém. A maioria concorda que a Internet facilita agressões, preconceitos e mentiras.
Apesar disso, as experiências online são consideradas positivas pela maior parte dos jovens que participaram da pesquisa. Só 10% relataram ter passado por situações complicadas ou que poderiam ter terminado mal. Ainda assim, 23% admitiram que já foram vítimas de insulto ou violência pela Internet, 16% já enfrentaram algum tipo de preconceito e 36% já ficaram tristes em função de problemas vividos na rede, sendo que 4% evitaram sair de casa ou ir à escola em função de ameaças ou ofensas sofridas.
O impacto emocional das interações em rede também parece ser subestimado pelos adultos. Quase 1 em cada três jovens já se decepcionou com atitudes de alguém que conheceu pela Internet, e quase 4 em cada dez já vivenciaram medo por alguma situação que aconteceu na rede. Somente 16% dizem que os filhos já tiveram problemas na escola ou com os amigos em função dos conteúdos postados.
A pesquisa também apontou que os comportamentos considerados de risco aparecem com maior frequência nos grupos de jovens mais vulneráveis e entre aqueles que têm padrões de uso exagerado da internet, como noites em claro, deixar de sair com colegas ou de fazer tarefas, problemas com pais pelo excesso de uso, esconder conteúdos dos pais, irritação quando não acessa a Internet, incômodo em estar em locais sem conexão, avaliação do próprio uso da Internet como exagerado. Os jovens que não aceitam os pais em suas redes sociais também parecem mais expostos a esse comportamentos arriscados.
Fonte: Portal A Tarde
Via Miséria
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