Luciano do Valle (centro) morreu após passar mal em viagem de avião (Foto: Bruno Santos / Terra). |
"Digo uma coisa a você: para poder enfrentá-lo tive que me esforçar muito, me transformar em um melhor profissional, mais conhecedor de todos esportes que ele sempre transmitiu com competência, personalidade e emoção. É difícil", definiu o locutor da Globo.
Luciano completou 50 anos de carreira em 2013. Ele começou a se destacar na Rede Globo durante a década de 70, onde trabalhou inclusive com Galvão, depois foi para a Rede Record. Chegou na Rede Bandeirantes em 1983, ficou até 2003 e, após três anos, voltou de novo.
Confira abaixo as palavras de Galvão Bueno sobre Luciano do Valle em entrevista à Band:
"Foi uma disputa sempre muito leal. Muito dura, mas leal. A luta pelos pontos de audiência nos tornou bons amigos. Quantas vezes falamos sobre dificuldades que a profissão nos traz. Aprendi muito com ele, trabalhamos juntos anos na Globo e a disputa leal continuou nos transformando em amigos. Digo uma coisa a você: para poder enfrentá-lo tive que me esforçar muito, me transformar em um melhor profissional, mais conhecedor de todos esportes que ele sempre transmitiu com competência, personalidade e emoção. É difícil. É raro na vida que a gente consegue reunir a família para passar a Páscoa, aí toca o telefone, a notícia chega, você liga a TV e escuta depoimentos de todos. Para dizer uma frase, digo a todos da Bandeirantes, que tenho carinho demais, onde comecei como narrador. Quantas vezes ia para a cabine dele antes dos jogos e quantas ele vinha na minha antes também? Quantas coisas boas falamos? Ele tentou ajudar outro quando um torcedor mais violento partia ao ataque pessoal. Só encontro uma frase: a televisão fica mais pobre a partir de hoje. Luciano do Valle é um marco, uma bandeira na transmissão esportiva brasileira e me orgulho em dizer que fui amigo dele por tantos anos. Aprendi com ele como acho que ele também aprendeu comigo umas vezes. Duro, difícil, ele morreu indo trabalhar. Indo abrir mais um Brasileiro. Lamento a morte de uma pessoa querida, muito próxima nesses quase 40 anos. Como será fazer a Copa sem ter ele passando a emoção aos milhões de telespectadores dele? Vai ser difícil e complicado, momento de muita emoção e difícil hoje. Como foi bom tê-lo como amigo, referência e concorrente nesses mais de 40 anos. Obrigado por me dar a oportunidade de falar na Bandeirantes e ter tempo para expressar a admiração que eu sentia por ele e poder dizer a falta que ele vai nos fazer. Insisto em repetir que a comunicação do País fica mais pobre a partir de hoje. Que ele lá de cima olhe por todos nós. Que Deus o receba e ficará sempre na memória de todos os esportistas".
Fonte: Terra Esportes
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