Após o cumprimento do mandado de prisão, Airton Araújo e os outros três presos foram levados para a Delegacia de Assaré.
(Foto: Jean Carlos).
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Somente Airton foi levado para o xadrez especial da Delegacia de Capturas (Decap), onde todos estão sendo custodiados. A cela não tem sequer uma lâmpada. O prefeito disse que acende uma vela, quando escurece.
Dentro do xadrez só existe uma pia, uma rede, uma cadeira e um isopor, onde está sendo guardada a comida que o gestor recebe do irmão. Airton justifica sua feição abatida dizendo que aqueles são seus piores dias.
Até quando se candidatou em 2012, o prefeito eleito era comerciante e nunca tinha participado da política aiuabense. “Não sabia como funcionava a prefeitura. No início deste ano, tentei salvar meu nome, quando vi que estavam me jogando na lama”.
Conforme a versão de Airton Araújo, ele não sabia o que era feito do dinheiro da prefeitura durante o primeiro ano de seu mandato, por conta de um acordo político. Ele não quis comentar quais eram os termos do acordo, nem com quem foi firmado. O gestor disse que é grande seu constrangido com a condição de detento. “Não sou ladrão. Sinto tanta vergonha de estar aqui, que não sei explicar. Sou um trabalhador e sempre fui correto”.
Sobre o revólver encontrado em sua residência, o gestor disse que o mantinha lá, porque estava sofrendo agressões e ameaças. “Meu pai, meu irmão Alex e eu fomos agredidos e registramos três B.O.s sobre isto na Delegacia de Tauá. Eu tinha solicitado segurança privada, mas enquanto não chegava, tinha a arma em casa para me defender”.
Airton disse que existem várias mentiras nos depoimentos prestados contra ele. “Não tenho dinheiro nem para advogados. Minha vida é a mesma de quando entrei na Prefeitura. Estou aqui esperando pela ajuda da minha família e meus amigos. Mentiram tanto contra mim, que fizeram as autoridades pensarem que eu tinha formado uma quadrilha para roubar. Fui acusado de crimes que eu não sei nem o que é”, declarou.
Fonte: Diário do Nordeste
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