Dois adolescentes e um adulto, que não foi identificado, teriam invadido o carro do universitário, um HB20, de cor vermelha, placas OSG-3247, e subtraído seus pertences. A vítima dirigiu seu veículo por algumas quadras, a mando dos ladrões, e a Polícia só foi acionada por ocasião do tiroteio, que culminou em sua morte.
As autoridades policiais não informaram o que os criminosos exigiram e nem o motivo pelo qual atiraram no rapaz. O carro colidiu com uma árvore e dois assaltantes aproveitaram para fugir. Um deles, ficou desacordado, permaneceu no local e foi apreendido. Ainda não foi esclarecido se os disparos foram efetuados antes ou depois da colisão. Um tiro atingiu o teto do carro e o outro a nuca do estudante e transfixou a cabeça.
O adolescente apreendido foi ouvido na tarde de ontem, na 5ª Vara de Execuções da Infância e Juventude. O magistrado titular do Juizado, Manuel Clístenes de Façanha e Gonçalves, disse que o jovem foi encaminhado ao Centro Educacional São Miguel, onde cumprirá uma internação provisória de 45 dias. Durante a audiência, o adolescente disse não se lembrar do que havia acontecido, porque na hora da colisão sofreu uma pancada na cabeça. No entanto, revelou que saiu de casa com os dois comparsas com o intuito de roubar.
O adolescente já tinha outras três passagens pela Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), pelo cometimento de dois roubos e por portar ilegalmente uma arma de fogo. Na manhã de ontem, enquanto estava no Centro de Triagem da Especializada, ele teria agredido um instrutor, segundo informações da 5ª Vara da Infância.
O garoto apreendido revelou o apelido do outro menor que o acompanhava, mas disse não saber o nome do adulto. Ele afirmou, ainda, que não atirou e nem portava a arma durante a ação. Segundo o infrator, o outro adolescente estava com o revólver de calibre 38 encontrado no local do crime.
O acusado do latrocínio confirmou que já esteve internado outras duas vezes e que fugiu do Centro Mártir Francisca, onde cumpria uma medida de semiliberdade. A fuga aconteceu em julho de 2013. Em 8 de agosto do mesmo ano, foi expedido um mandado de busca e apreensão contra ele, pelo Juizado.
O magistrado disse que, atualmente, o garoto estava morando com sua mãe no bairro Autran Nunes. “Ele tinha um mandando de busca e apreensão e a Polícia não se deu ao trabalho de ir procurá-lo nem na casa dele. O resultado disto foi o cometimento deste ato infracional gravíssimo. Bastava que tivessem ido na casa dele”, afirmou Clístenes.
Protesto
Cerca de 50 colegas da vítima estiveram em frente ao Juizado da Infância e Juventude para protestar contra o que aconteceu ao universitário. |
O diretor em exercício da Faculdade de Direito da UFC, Prof. Regnoberto Melo Júnior, assinou portaria decretando luto oficial de três dias e suspensão das atividades letivas até o dia 23.
Márcia Feitosa
Repórter/ Diário do Nordeste