Grupo que organizou o protesto, o Movimento Santa Maria do Luto à Luta Foto: Arquivo. |
Na noite de domingo, o grupo desenhou no asfalto 242 corpos representando as vítimas do incêndio em frente ao prédio onde funcionava a boate na rua dos Andradas. Por volta das 3h, horário do início do incêndio, os manifestantes tocaram sirenes para acordar todos da cidade relembrando o dia da tragédia. A vigília se estenderia até às 8h quando os manifestantes programaram uma marcha pela cidade.
O grupo que organizou o protesto, o Movimento Santa Maria do Luto à Luta, postou em um página nas redes sociais que o objetivo é quebrar o silêncio e relembrar aos moradores da cidade que, um ano após a tragédia, ainda não houve justiça.
Incêndio ocorreu durante show
A boate Kiss pegou fogo em 27 de janeiro do ano passado matando 242 pessoas. O fogo começou quando um integrante da banda Gurizada Fandangueira, que fazia um show no local, acendeu um artefato pirotécnico.
Faíscas atingiram uma espuma usada como revestimento acústico, que começou a queimar. Uma espessa fumaça preta tomou conta de todo o ambiente da casa noturna em poucos minutos, intoxicando os frequentadores. Sobreviventes relataram que, antes de perceberem o incêndio, os seguranças teriam impedido os jovens de saírem sem pagar.
A maioria das vítimas morreu por asfixia durante a festa promovida por alunos da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria). Muitas foram encontradas amontoadas nos banheiros, por onde tentaram fugir do fogo.
No local, havia apenas uma porta, que funcionava como a única passagem de entrada e saída da boate. Bombeiros e sobreviventes quebraram a fachada da casa noturna a marretadas para retirar as pessoas.
A boate Kiss, com capacidade para até 691 pessoas, recebeu entre 900 e 1.000 no dia do incêndio, de acordo com a polícia. Na época, a direção da boate Kiss divulgou nota afirmando que a casa estava dentro da normalidade e creditou o incêndio a uma "fatalidade".
Fonte: Folhapress