Embora os casos de dengue tenham passado por redução nos últimos dois
meses, 12 municípios do Estado apresentam alta incidência da doença. Um
deles é Cascavel, pertencente à Região Metropolitana de Fortaleza (RMF),
que confirmou viver uma epidemia. As 12 cidades em questão estão com
incidência superior a 300 casos por 100 mil habitantes. Pacajus, outro
município da RMF, também está incluída neste grupo.
Os dados
foram divulgados no último boletim epidemiológico da doença, da
Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). O índice descrito no documento
preocupa, tendo em vista que o Ministério da Saúde classifica como
indicativo de epidemia quando se registra uma incidência de 300 casos
por 100 mil habitantes. No entanto, fica a critério de cada Estado ou
cidade declarar estado epidêmico ou não. De acordo com a Sesa, nenhum
município declarou epidemia neste ano. Apenas em Tauá houve ação dos
carros fumacê.
Porém, a cidade de Cascavel informou, por meio de
nota, que, desde o início do ano, a sua Secretaria de Saúde, juntamente
com a Coordenação de Endemias, vem trabalhando profundamente no combate à
epidemia da doença.
Diferentemente dos outros municípios que
estão com alta incidência, Cascavel não apresentou uma queda no número
de ocorrências de dengue.
Se em janeiro não havia nenhuma
confirmação de casos, os meses seguintes foram só de alta, com maio
afirmando 103 ocorrências. Já no mês corrente, há o registro de dois
casos. No total, a cidade tem 221 casos e um de dengue hemorrágica.
O
índice de infestação predial do município está em 1,36%, quando o
permitido pelo Ministério da Saúde é de menos do que 1%. Caso contrário,
o risco de epidemia é alto.
De acordo com a nota enviada pela
Prefeitura de Cascavel, foi realizado pelo Setor de Epidemiologia e
Setor de Endemias uma Classificação de Risco no hospital da cidade e nas
Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF). Para intensificar o
trabalho de combate ao mosquito, foram contratados novos agentes
comunitários de endemias.
Foram acionados os carros fumacê, e
realizados três ciclos nos bairros da cidade. Já o Ceará, até a última
sexta-feira, possuia um total de 8.548 casos, destes, 36 são graves.
Dois óbitos foram confirmados seis.
Fortaleza apresenta redução de ocorrências
Apesar
de Fortaleza ser responsável por 35,5% do total de casos de todo o
Estado, ou exatamente 3.027 confirmações, a Cidade tem apresentado queda
no quantitativo de pessoas que vinham sendo contaminadas pela doença.
Se o ápice da transmissão se deu no mês de abril, com 1.106 doentes, em
junho, este número caiu para 840. Durante estes 26 dias de junho, a
Capital apresentou 41 casos confirmados.
Para o professor Ivo
Castelo Branco, pesquisador da Organização Mundial da Saúde em Dengue,
como a Capital já vivenciou uma epidemia no ano anterior, a tendência é
que aumentem a quantidade de casos graves.
"Por isso, é preciso
ficar atento aos sinais de alerta da doença, pois estes podem salvar até
90% dos doentes e, assim, reduzimos a taxa de letalidade da doença",
explicou Castelo Branco.
Alerta
Dentre os
sinais elencados por ele, estão dor forte na barriga, vômitos,
desmaios, fezes pretas, falta de ar com tosse seca e sudorese fria. "O
paciente já foi diagnosticado com dengue, e após uma febre, ele sentir
estes sinais é hora de ir o mais rápido possível para um hospital",
alerta o especialista.
Fonte: Diário do Nordeste
THAYS LAVORREPÓRTER